A conferência contou com integrantes da DSA (Socialistas Democráticos da América), que expuseram o quadro no país e as relações com o Brasil a partir da disputa entre Donald Trump e Kamala Harris

Representantes da esquerda norte-americana e de entidades da América do Sul participaram do evento

O Brasil e os demais países da América Latina acompanham, com interesse, a disputa pelo cargo de presidente dos Estados Unidos, cuja votação está marcada para novembro deste ano. Concorrem à eleição Kamala Harris, representante democrata, e Donald Trump, candidato conservador.

Na tarde desta quinta-feira (12), a Fundação Perseu Abramo, em parceria com o Foro de São Paulo, debateu o tema ao reunir representantes da organização Socialistas Democráticos da América (DSA na sigla em inglês), em conferência à distância.

O encontro foi aberto ao público e teve moderação dos diretores da FPA, Valter Pomar e Mônica Valente, que também ocupa o cargo de Secretária-Executiva do Foro de São Paulo.

Entre os temas discutidos, destacam-se a atuação da esquerda nos Estados Unidos no período eleitoral; possíveis diferenças de interação com o Brasil conforme o candidato vencedor; e realidade social atual do país norte-americano. O vídeo, na íntegra, pode ser visto no canal da FPA.

O Socialistas Democráticos da América (DSA) é a maior organização socialista nos Estados Unidos. Não se trata de um partido formal, mas sim de uma entidade política com teor ativista, que luta por reformas que empoderem os trabalhadores.

Entrada de imigrantes

Como em campanhas anteriores, a entrada de imigrantes ilegais de países vizinhos nos Estados Unidos é pauta constante. Ashik Siddique, co-presidente nacional do DSA, trouxe mais elementos ao tema: “Nos estados de fronteira com o México, existem indústrias agregadas aos centros de detenção. Ou seja, o capitalismo se apropriou do assunto, o que colocou mais um agente em jogo.”

Pobreza real

Ao tratar do quadro social no país, Luisa Martinez, sindicalista e integrante do Comitê Internacional do DSA, destacou as condições sociais dos trabalhadores norte-americanos. “Seja em habitação, educação superior ou em saúde, as estatísticas do governo não mostram o sofrimento real. É comum, por exemplo, haver falência devido a um gasto médico, sobre algo sem cobertura de seguro-saúde”, explicou.

Palestina e Israel

Segundo os representantes, a DSA e outros movimentos organizados cobram democratas e conservadores a respeito dos bombardeios contra Gaza e das relações do governo com Israel. Esta é uma das bandeiras em que a esquerda atuante no país tenta causar efeitos, o que independe de ter um candidato na disputa presidencial.

Além de agradecer aos participantes, os diretores Mônica Valente e Valter Pomar reafirmaram o valor das parcerias com o DSA e o Foro de São Paulo e dos debates que devem ser realizados ainda em 2024.