FPA Informa – Política Social 1

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07 de abril de 2014
DIEESE: 86,9% dos reajustes salariais tiveram aumentos reais em 2013
Estudo divulgado no dia 2 de abril pelo Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS-Dieese) analisou os resultados das negociações coletivas de 671 unidades de negociação da indústria, comércio e serviços em todo o país em 2013. Constatou-se que 86,9% das unidades pesquisadas conquistaram reajustes com aumento real dos salários, 7% conquistaram reajustes em valor igual à inflação e 6% tiveram reajustes insuficientes para recompor a inflação (INPC-IBGE). A tabela abaixo mostra o aumento real médio, por ano, nos últimos seis anos.
Segundo o estudo, 83% dos reajustes da primeira metade do ano resultaram em aumentos reais (e em um aumento real médio de 1,11%), frente a 94% dos reajustes da segunda metade (e um aumento real de 1,52%).Sobre acordos e convenções:
Tabela 1
Ajustes em relação à inflação (INPC-IBGE) e percentual de negociações (acordos e convenções)
Percentual com aumento real de salário Percentual de reajustes abaixo da inflação Percentual de reajustes iguais à inflação
Acordos coletivos 64,4% 15,6% 20%
Convenções coletivas 90,4% 4,8% 4,8%

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados extraídos de SAS-Dieese (2014)

Sobre acordos e convenções:
Tabela 2
Ajustes em relação à inflação (INPC-IBGE) e percentual de negociações (por setor)
Percentual com aumento real de salário Percentual de reajustes abaixo da inflação Percentual de reajustes iguais à inflação
Comércio 98,2% 1,80% 0%
Indústria 88,9% 4,7% 6,4%
Serviços 77,9% 11,1% 11,1%

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados extraídos de SAS-Dieese (2014)

Para o Dieese, contribuíram para esse desempenho o baixo desemprego e o desempenho da economia brasileira. Porém, o crescimento do PIB (2,3%) foi superior ao aumento real médio das categorias profissionais analisadas (1,25%), o que traz a discussão sobre a repartição dos ganhos de produtividade. E dois fatores podem ter contribuído para o melhor desempenho das negociações do segundo semestre: i) menor taxa de inflação no segundo semestre que no primeiro; ii) concentração nesse período do ano de negociações coletivas de categorias de forte poder de mobilização. Contudo, o resultado consolidado dos reajustes salariais de 2013 ficou abaixo do observado em 2012 – e mais próximo do valor de 2011 –, apesar de uma tendência observada de crescimento nos últimos dez anos.
Para ler mais: “Balanço das negociações dos reajustes salariais de 2013” Disponível em:
http://www.dieese.org.br/balancodosreajustes/2013/estPesq71BalancoReajustes2013.pdf.
Análise: Ana Luíza Matos de Oliveira, economista