Duas pesquisas mostram o nível de satisfação do governo federal que segue bem avaliado. Segundo o Ipespe, 55% aprovam o mandato do presidente, enquanto o Datafolha mostra que 38% têm percepção positiva da sua gestão. E nada menos do que 29% dos brasileiros se dizem petistas

11.09.2023 – Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista coletiva à imprensa. Nova Delhi – Índia. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Duas pesquisas de opinião pública mostram que o governo Lula está bem avaliado, ainda que tenham visões distintas sobre o percentual de aprovação. Levantamento do Ipespe, feito para a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) indica que a aprovação de Lula cresceu quatro pontos percentuais e atingiu 55%, o maior índice desde o início do mandato. 

De acordo com a pesquisa, 59% dos brasileiros acreditam que o Brasil irá melhorar até o fim de 2023. A percepção de que o país está melhor que no ano passado também aumentou: saiu de 41% em junho para 48% em agosto. Mas 38% desaprovam a gestão petista, dois pontos a menos que o registrado em junho. Também houve uma redução na parcela pessimista da população: a taxa caiu de 24% para 18% no período. 

Já a pesquisa do Datafolha, divulgada no dia 14, mostra que a aprovação positiva do governo aumentou ligeiramente para 38% dos entrevistados, contra 37% em junho, enquanto as opiniões negativas subiram de 27% para 31%. A aprovação do desempenho de Lula como presidente após os primeiros oito meses de seu mandato é superior à do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teve uma taxa de aprovação de 29% no mesmo momento em 2019. 

Pelo Datafolha, a aprovação do governo Lula é maior entre moradores do Nordeste (49%), pessoas menos escolaridade (53%) e mais pobres (43%). Já a reprovação é maior no Sul do país (39%), entre os mais escolarizados (39%), os que ganham de 5 a 10 salários mínimos (44%) e evangélicos (41%).

Já o Ipespe mostra que o maior índice de aprovação do governo Lula foi registrado no Nordeste (65%), entre entrevistados que possuem instrução até o ensino fundamental (60%), com renda mensal de dois salários mínimos (59%) e do sexo feminino (59%).

O levantamento feito para a Febraban ainda buscou saber qual é a percepção dos brasileiros sobre o Desenrola Brasil, iniciativa do governo federal para renegociar dívidas com a participação dos bancos. O índice de pessoas que conhecem o programa subiu de 45% em junho para 70% em agosto. A ampliação do conhecimento é seguida pelo interesse em aderir ao Desenrola: sete em cada dez (73%) entrevistados indicaram a possibilidade de participar do programa.

A pesquisa Radar Febraban foi realizada entre 28 de agosto e 1º de setembro, com 2 mil pessoas das cinco regiões do país. A margem de erro estimada é de 2,2 pontos percentuais, em um intervalo de confiança de 95,5%.

Já o Datafolha mostra que o otimismo sobre o futuro do governo Lula diminuiu para 43%, de 50% em março, enquanto 28% estão pessimistas em relação ao seu governo, acima dos 21% observados em março. E 26% acreditam que o governo será regular. 2% não sabem ou não opinaram. 

Pelo instituto Datafolha, a avaliação sobre o desempenho do governo até agora frustrou a muitos: 53% dizem que o presidente fez menos pelo país do que esperavam, enquanto 25% acreditam que Lula fez pelo país o que esperava que ele fizesse. Ainda de acordo com o levantamento,  17% dizem que Lula fez mais pelo país do que esperava, enquanto 3% não sabem avaliar e 2% deram outras respostas.

O Datafolha entrevistou 2.016 pessoas em idade de votar entre 12 e 13 de setembro. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais. Segundo o levantamento, 30% consideram o governo regular, enquanto 2% não souberam ou não opinaram.

Polarização

A pesquisa feita pelo Datafolha revela ainda que a avaliação do governo ainda é percebida em meio à polarização de parte da sociedade brasileira. Quase um ano depois da eleição presidencia,  apoiadores de Jair Bolsonaro seguem fiéis em meio a investigações envolvendo o ex-presidente: 25% dos brasileiros se dizem bolsonaristas. A boa notícia é que 29% dos brasileiros se dizem petistas. Segundo o Datafolha, a parcela neutra – que diz não estar ligada nem a Lula nem a Bolsonaro – representa 21% do eleitorado.

Desde a primeira edição da pesquisa, em dezembro de 2022, a parcela de petistas convictos diminuiu três pontos percentuais, indo de 32% para 29%. Por outro lado, a quantidade de bolsonaristas raiz se manteve a mesma, estável em 25% ou com oscilação dentro da margem de erro. 

A permanência de apoiadores fiéis a Bolsonaro ocorre ao mesmo tempo em que o ex-presidente é alvo – direta ou indiretamente – de cinco investigações diferentes: desvio de joias, atos golpistas de 8 de janeiro, fraude em cartões de vacinação, envolvimento com o senador Marcos do Val e conversas sobre tentativas de golpe de Estado com empresários. 

Desde que deixou a Presidência, há nove meses, Bolsonaro também teve o celular apreendido no âmbito das investigações sobre as fraudes nos cartões de vacinação e os sigilos fiscal e bancário quebrados no bojo da operação sobre a venda de joias recebidas durante viagens oficiais. Nesse mesmo período, também viu aliados próximos serem presos. •