ECONOMIA INTERNACIONAL
IBC-Br de novembro apresenta variação positiva puxada pelas vendas no varejo: O IBC-Br, índice de crescimento econômico calculado pelo Banco Central e que funciona como uma espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou oscilação levemente positiva de 0,04% em novembro, após ligeira queda de 0,26% em outubro. Apesar do pequeno crescimento, ainda assim o resultado veio acima das expectativas dos economistas de mercado, que projetavam uma queda do índice de aproximadamente 0,2%, levando em conta a retração da indústria de 0,7% no período. Um dos fatores que atuou para levar o índice para o campo positivo foi o crescimento de 0,9% das vendas no varejo, antecipando em parte o movimento de natal que tipicamente se verifica em dezembro. Apesar deste resultado de novembro, no ano o indicador ainda acumula queda de 0,12% e retração de 0,07% no acumulado de doze meses (já com ajuste sazonal).
Comentário: O resultado pouco dinâmico do IBC-Br prenuncia um PIB bastante contido no último trimestre de 2014, levando o resultado do ano para algo muito próximo de zero. A queda na confiança dos empresários e consumidores ao longo do ano, conjugado à deterioração da situação da economia internacional e aos problemas gerados pelos efeitos da seca contribuíram para que 2014 tenha sido o pior ano desde o início dos governos petistas, excetuado 2009, ano atípico, em que o Brasil foi, assim como os demais países do mundo, impactado pela crise norte-americana. A reversão deste cenário em 2015 não é simples, dado que a opção do governo por realizar um ajuste recessivo tem o potencial de aprofundar ainda mais a deterioração das expectativas empresariais e causar impactos negativos sobre a evolução da renda real e da geração de empregos. Sendo assim, apenas veremos taxas mais virtuosas de crescimento em 2016, caso o ajuste de 2015 tenha sucesso em recuperar as expectativas e não descambe para uma recessão aberta. Por outro lado, caso essa fase crítica seja atravessada sem maiores solavancos, o país pode adentrar 2016 com uma inflação potencial mais baixa (dado que todos os reajustes de preços administrados e a desvalorização cambial já terão sido realizados em 2015), câmbio mais competitivo, setor público mais ajustado e uma boa perspectiva de redução dos juros. Para coroar este cenário otimista, restaria apenas a recuperação da economia global e a adoção de uma política industrial e de investimentos que nos coloquem em posição privilegiada para retomada de nossos mercados cativos. Já no cenário pessimista, basta o ajuste recessivo levar a economia para uma espiral negativa, destruindo empregos e renda e sendo incapaz de reduzir a inflação e o déficit público, para entrarmos em 2016 em uma situação ainda mais frágil que a atual.
AGENDA DO DIA
EVENTO HORÁRIO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
IBC-Br 8h BC
IGP-10 8h30 FGV
Emprego industrial – Brasil 9h IBGE
Auxílio desemprego – EUA 11h30 Sec. do trabalho
 

Análise: Guilherme Mello, Economista