ECONOMIA NACIONAL
Inflação medida pelo IPCA-15 acelera puxada por alimentação e energia: A divulgação do IPCA-15 pelo IBGE na manhã desta sexta-feira confirmou a aceleração da inflação, em linha com as expectativas dos agentes do mercado financeiro. O índice registrou alta de 0,89%, acima dos 0,79% registrados em dezembro de 2014, mas ligeiramente abaixo dos 0,9% esperados pelos analistas. O grupo que apresentou alta mais acentuada foi o de energia elétrica, que subiu 2,6% e contribui com 0,08 ponto percentual no índice final, enquanto alimentação e bebidas, com alta de 1,45%, contribuiu com 0,36 p.p., pressionada pelo aumento das carnes, feijão e batata. Transportes (alta de 0,75%) e despesas pessoais (1,39%) também foram itens que contribuíram para o aumento da inflação, principalmente devido ao reajuste das passagens de ônibus e metrô nos transportes e ao aumento do salário das empregadas domésticas, no grupo despesas pessoais. Com este resultado de janeiro, o IPCA-15 acumula alta de 6,69% nos últimos 12 meses, maior que os 6,46% registrados ao final de 2014, que fechou o ano dentro da meta estabelecida pelo BACEN para o IPCA.
Comentário: Já era esperado um início de ano com inflação em aceleração, em particular devido aos impactos altistas dos aumentos de alguns preços monitorados, como transportes urbanos e energia elétrica. A crise hídrica que o país atravessa também contribui para a elevação dos preços, não apenas por afetar o custo da geração de energia elétrica (repassada para o consumidor neste ano através do sistema de bandeiras tarifárias), mas ao afetar a produção de grãos e alimentos, dependentes de um regime de chuvas mais estável. A esses fatores altistas, deverá se somar a elevação no preço dos combustíveis, que se não for compensada pela Petrobras com uma redução no preço da gasolina e diesel, deverá gerar fortes pressões inflacionárias nos próximos meses. Por outro lado, o ajuste recessivo hora em curso pode gerar uma desaceleração ainda mais acentuada da inflação de serviços, que permanece alta (acima de 8%), mas já vinha mostrando sinais de arrefecimento no último ano. Essa desaceleração econômica, somada à valorização cambial (conquistada ao custo de elevação de juros domésticos em um cenário de corte de juros internacionais) pode arrefecer a força da inflação em 2015, fazendo com que os impactos altistas sejam compensados pelos baixistas e nos mantendo próximos ao teto da meta ao final do ano.
AGENDA DO DIA
EVENTO HORÁRIO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
IPCA-15 9h IBGE
Conta Corrente/Brasil 10h30 BC
PMI industrial/EUA 12h45 Markit
 

Análise: Guilherme Mello, Economista
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