NOVEMBRO DE 2016 | ANO 01 – EDIÇÃO 09

A Eletrobras atravessa mais uma forte tentativa de desmonte do governo Federal, a exemplo do que ocorreu ao longo dos anos 1990 e, como se sabe, culminou na crise energética e no apagão de 2001. As reformas neoliberais do governo FHC afetaram também o setor elétrico por meio de mudanças estruturais que visaram promover uma ampla liberalização. Primeiramente, buscou-se desverticalizar toda a cadeia de energia elétrica com dois grandes objetivos declarados: aumentar a eficiência competitiva e facilitar a entrada do setor privado por meio da transferência patrimonial das companhias estatais regionais. Leia mais

Desde o dia 9 de novembro, jornalistas, analistas políticos e acadêmicos têm se dedicado a comentar as causas e as consequências da eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos. Do ponto de vista simbólico, antes mesmo de qualquer política concreta, trata-se de um retrocesso: um candidato com denúncias de assédio sexual contra mulheres foi eleito presidente e seu discurso racista e xenófobo já está sendo capitalizado por grupos supremacistas brancos, num país que encarcera em massa a população negra. Nos campos da política e economia internacionais, sua futura agenda ainda é opaca, na medida em que os vagos discursos de campanha encontrarão grupos de interesses bastante tangíveis. Leia mais

No dia 12 de novembro, Michel Temer completou seis meses de governo, um período marcado por delações comprometedoras, medidas polêmicas, protestos e muito trabalho político para manter a governabilidade e garantir a vitória em votações importantes no Congresso para promover a agenda neoliberal de concessões e privatizações que o PMDB tem por missão implantar. Logo de início as delações atingiram o centro do comando do novo ministério, levando à saída de pelo menos quatro ministros. Não faltaram manifestações populares neste período contra o novo governo, seja pela maneira como o impeachment foi conduzido, seja pelas medidas anunciadas, repudiadas pela opinião pública. A agenda dinâmica do Congresso indica que o governo tem pressa em aprovar medidas que lhe garantam governabilidade, temendo o que talvez não consiga evitar – eleições indiretas no próximo ano. Leia mais

Desde o momento em que Michel Temer (PMDB) assumiu a presidência interinamente (fato posteriormente consolidado com a consumação do golpe), gastos sociais têm sido cortados, de forma a “colocar o país nos trilhos”, isto é, desmontar o projeto do período anterior de crescimento com acesso a direitos, ainda que insuficiente. O projeto do golpe tem sido colocado em prática, retirando direitos e tornando mais barato o custo do trabalho, o que favorece os privilegiados da sociedade. Tratamos, a seguir, dos últimos dados para o mercado de trabalho a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), os interesses privados na educação e as ocupações e ainda as ameaças para a saúde. Leia mais

Analisamos nesta edição o ‘nível de atividade’, ‘comércio exterior’, ‘política monetária e inflação’ e ‘indústria’. Tal como nos boletins anteriores, foram considerados os dados mais atualizados divulgados por instituições oficiais de acompanhamento da atividade econômica. Destacamos aqui dados oriundos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Banco Central do Brasil (BCB) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De uma forma geral, os dados revelam a dificuldade de retomada da economia. A despeito do arrefecimento da inflação, o Banco Central prossegue muito conservador no manejo da política monetária, sinalizando uma redução dos juros muito lenta frente à profundidade da recessão econômica. No que tange ao setor externo, o saldo positivo da balança comercial tem se dado, particularmente, por uma forte contração das importações como resultado da crise econômica. As exportações não têm se recuperado, tampouco se mostrado como saída para a recuperação econômica. Em relação à produção industrial, os dados mostram que se esboçou um crescimento muito fraco frente à expressiva queda do mês anterior. Leia mais

O artigo identificou variáveis socioeconômicas associadas ao desempenho do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições municipais de 2016. Trata-se de um estudo que abrangeu os 5.570 municípios brasileiros e os saldos do primeiro e segundo turno das eleições municipais. Os resultados apontam a existência de associação entre desempenho eleitoral e as variáveis pobreza, escolaridade e emprego. Leia mais

Nesta edição, analisamos a ausência de cobertura da grande imprensa a respeito das principais frentes de resistência às medidas do governo golpista, que se manifestam nas ocupações de escolas e universidades. Também mostramos o papel das páginas de notícias ditas alternativas nas redes sociais online para divulgar o apoio ao MST durante o ataque sofrido em 4 de novembro. Já na imprensa internacional, o país é mostrado como um local violento, dividido, no qual o conservadorismo cresce acompanhando a comunidade evangélica pentecostal e cuja economia segue em forte recessão. Leia mais