Ipatinga recebe 1º ato da caravana Lula por MG
Em 1979, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Ipatinga, Minas Gerais. Agora, 38 anos depois, ele volta à região com a caravana Lula pelo Brasil, etapa Minas. Em um ato marcado por manifestações místicas em defesa da democracia, da soberania nacional e pela história de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, por homenagens de bordadeiras mineiras, o ex-presidente iniciou a caravana na região, nesta segunda-feira (23).
Acompanhado pela presidenta eleita Dilma Rousseff; pela presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann; pelo deputado federal Patrus Ananias; pelo vice-presidente do PT e coordenador da caravana, Marcio Macedo; pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas; pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), além de outras lideranças.
Lula relembrou que esteve inúmeras vezes na região do Vale do Aço para a luta dos trabalhadores. Ele disse sentir “prazer” em começar a caravana em um local com o significado de Ipatinga. ”Eu sinto prazer em estar aqui para dizer para vocês que estamos começando mais uma caravana para que a gente possa fazer uma espécie de medição do que era o Brasil há pouco tempo e o que está virando o Brasil hoje.
“É por isso que eu vim a Minas Gerais outra vez. A primeira vez que eu vim aqui, para criar o PT, eu peguei um carrinho, saí daqui fui pro Vale do Aço, do Mucuri, do Jequitinhonha. Eu não quero conhecer o mapa. O mapa não tem alma, não tem coração. Eu quero saber é do povo de Minas Gerais. Como é que ele é e como é que ele vive”.
Ele lembrou a crise que assola os brasileiros e citou, como exemplo, o desemprego e a falta de valorização salarial na região. “quantos empregos a Usiminas gerava e hoje está gerando? Quanto de aumento de salário os trabalhadores recebiam e quanto estão recebendo? Qual a expectativa da juventude e qual o pesadelo da juventude com o governo golpista?”.
Lula também falou sobre o pessimismo que dominava especialistas quando assumiu a Presidência. “Eu acho que só ganhei as eleições exatamente porque muita gente achava que não ia dar certo e eu resumi para provar que o PT sabia fazer”.
Nascida em Minas Gerais, Dilma voltou ao estado nesta segunda-feira acompanhada pelo presidente Lula para o primeiro dia da caravana no estado. “Eu nasci aqui. Eu sei que quem nasce aqui tem sempre uma capacidade: a de pensar em Minas Gerais, mas pelo próprio tamanho de Minas, pensar também no nosso Brasil”.
“A caravana é uma caravana para que a gente possa conversar com vocês. Conversar sobre o que está acontecendo com o nosso País. Porque o que está acontecendo é muito grave. Deram um golpe parlamentar e tiraram uma presidenta eleita por vocês. Com 54,5 milhões de votos. Fizeram isso porque tinham perdido quatro eleições presidenciais”, afirmou.
“Aqui começa essa trajetória de discussão com o Lula. Honrando Minas Gerais. Transformando essa caravana numa discussão a respeito do que nós vamos ter que fazer no futuro para impedir que essa venda das nossas riquezas prossiga”, completou Dilma.
A presidenta eleita condenou o impeachment e voltou a apresentar os motivos pelos quais sofreu um golpe parlamentar. “Eles tentam acabar com o acesso a algo que importante em qualquer lugar do mundo: a riqueza do pré-sal. Mas eles não pararam aí. Eles também abriram a possibilidade de vender as nossas terras férteis para estrangeiros. É por isso que esse golpe foi dado”.
Emocionado com a chegada da caravana em Minas Gerais, o governador do estado, Fernando Pimentel (PT), lembrou: “eu só escuto uma única voz que só diz uma frase: é Lula de novo, com a força do povo. Os mineiros te recebem aqui como se você estivesse em sua casa. O povo de Minas Gerais é grato a você, Lula”.
O vice-presidente do PT e coordenador da caravana, Marcio Macedo, lembrou que a caravana faz parte de um “diagnóstico” que o ex-presidente Lula quer fazer do Brasil. “Hoje começa a caravana de lula por Minas Gerais. Minas vai tomar conta de Lula a semana inteira. É uma caravana do diagnóstico, que Lula quer ouvir vocês”, afirmou.
Patrus Ananias, deputado federal pelo PT-MG, ex-ministro dos governos Lula e Dilma, fez a defesa da soberania nacional durante o primeiro ato da caravana de Lula por Minas Gerais. “Eu tive a alegria e o prazer de ser ministro de Lula e Dilma. Um país soberano é um país que cuida do seu povo. O governo golpista está destruindo os direitos sociais. Estão desmontando a soberania do nosso País”
Para a presidenta do PT em Minas Gerais, Cida de Jesus, Lula representa esperança, resistência e coragem para os mineiros. “A solidariedade dos mineiros com o senhor não só pelo seu governo e pelo desenvolvimento no seu governo em Minas Gerais. Você também é a esperança, resistência e coragem. Sinta-se abraçado pelos mineiros e mineiras. Essa caravana será um sucesso porque foi construída a várias mãos”, disse.
Durante a fala da presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, os gritos por “Fora Temer” tomaram conta do ato. Gleisi defendeu a luta em defesa da volta de Dilma à Presidência da República. “Temos que lutar para que o Supremo Tribunal Federal anule o impeachment e para que Dilma volte à Presidência. Essa é a presidenta legítima”, disse, acompanhada por Dilma Rousseff.
“Nós só vamos ter um Brasil altivo e ativo de novo quando tivermos um governo democrático, eleito pelo povo”, completou Gleisi.
Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), fez uma homenagem aos trabalhadores que foram chacinados em Ipatinga, em 1963. Em uma manhã de outubro daquele ano, policiais militares dispararam em direção a uma multidão de trabalhadores da Usiminas.
“Aqui é terra de luta, em uma greve foram assassinados vários trabalhadores. A escola 7 de outubro foi criada para lembrar o dia do massacre. Metalúrgicos que fizeram o enfrentamento e foram chacinados. Naquele momento, Lula foi um dos construtores da história”, lembrou Vagner.
O presidente da CUT também defendeu a revogação do impeachment e a volta de Dilma à Presidência da República. “Precisamos de Diretas Já e, acima de tudo, eleger o presidente Lula com o compromisso de fazer o plebiscito revogatório para revogar, com a força do povo, todas as medidas que os golpistas fizeram contra a classe operária”.
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