Um dos maiores nomes do cinema brasileiro, Antonio Pitanga, completou 80 anos em 6 de junho de 2019. Em comemoração, a Cinemateca Brasileira e Roquette Pinto Comunicação Educativa organizam uma programação composta por uma seleção de seus mais importantes trabalhos. Nascido em Salvador, o artista recebeu, no dia de seu aniversário, a honra da medalha de Zumbi dos Palmares, concedida aos cidadãos, grupos ou entidades que se destacaram ao longo da sua história por defender a cultura afrodescendente, no combate ao racismo e à intolerância religiosa.

Sua trajetória se mistura à história cultural brasileira do último século. Pitanga esteve presente em diferentes e importantes momentos do cinema brasileiro e foi um dos expoentes do Cinema Novo, além de marcar presença no Cinema Marginal, em filmes produzidos pela Embrafilme e na produção contemporânea.

Na mostra Antonio Pitanga – 80 anos serão exibidas algumas das principais obras interpretadas pelo ator e dirigidas por grandes cineastas, muitos dos quais parceiros de Pitanga de longa data, como Glauber Rocha, Sérgio Ricardo e Cacá Diegues. Entre as raridades da programação estão Êsse Mundo é Meu e Juliana do Amor Perdido, de Sérgio Ricardo, e Chico Rei, de Walter Lima Jr., que serão exibidos em cópias 35mm pertencentes ao acervo da Cinemateca Brasileira.

Pitanga e família recebem a medalha Zumbi dos Palmares

Em Bahia de Todos os Santos, de Trigueirinho Neto, um de seus primeiros filmes, o cenário é o Estado Novo de Getúlio Vargas. Um jovem rejeitado pelos pais sobrevive de pequenos furtos no porto de Salvador e dos favores de uma amante inglesa, mas sua vida fica complicada quando se envolve com um grupo de operários grevistas.

Em Barravento, primeiro longa-metragem de Glauber Rocha, um homem volta à aldeiazinha de pescadores em que foi criado para tentar livrar o povo do domínio da religião. O termo “barravento”, conforme explicado no início do filme, “é o momento de violência, quando as coisas de terra e mar se transformam, quando no amor, na vida e no meio social ocorrem súbitas mudanças”.

Pitanga consolidou seu estilo de interpretação em Ganga Zumba, primeiro longa-metragem Cacá Diegues. O filme mostra escravos de um engenho do Nordeste que tramam uma fuga para o Quilombo dos Palmares. Entre eles, está o jovem Ganga Zumba, futuro líder da república revolucionária. Baseado no livro de João Felício dos Santos, Ganga Zumba foi exibido na Semana da Crítica do Festival de Cannes de 1964.

Toda a programação tem entrada gratuita. Os ingressos serão distribuídos na bilheteria uma hora antes de cada sessão, até a lotação da sala.

Serviço:
Mostra Antonio Pitanga – 80 anos
De 1 a 11 de agosto de 2019
Na Cinemateca (Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo)