Os primeiros seis meses de 2019 foram ainda mais nocivos à qualidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras. Neste período, o saldo de ocupados pobres aumentou em 362 mil pessoas, cerca de 94% das vagas de trabalho criadas foram de perfil econômico vulnerável e a renda média real dos trabalhadores de todas as classes sociais regrediu, aumentando a desigualdade social.

No país, cerca de 73 milhões de trabalhadores estão em situação de vulnerabilidade econômica. Ao final de 2018, este número era de 72,6 milhões de pessoas. Grande parte deste saldo de “novos trabalhadores pobres” ampliou-se no Sudeste do país (43,8%). Na região Centro-oeste, no entanto, o crescimento proporcional dos trabalhadores neste perfil foi três vezes maior (1,6%) do que o total de ocupados (0,5%).

 

Nas regiões Nordeste e Norte, chama atenção a proporção do total de seus trabalhadores em situação de pobreza, as maiores do país, com 88,3% para a primeira e 86,6% para a segunda. As demais regiões estão em um patamar próximo, entre 76,1% e 77,2%.

A renda dos trabalhadores pobres regrediu em média 1,2%, enquanto a da alta classe média apresentou menor recuo, de 0,9%, indicando aumento da desigualdade social.

Tais precariedades, que foram elaboradas por meio de réplica e atualização próprias da metodologia do professor Waldir Quadros, da Unicamp, sobre a estrutura social brasileira, estão melhor detalhadas seção Territorial do Boletim de Análise de Conjuntura deste mês.