Vinte e sete plataformas de petróleo aderiram à greve dos petroleiros, iniciada no último sábado. São 23 na região do Norte Fluminense e quatro no Ceará. Os trabalhadores e trabalhadoras dessas plataformas são representados por sindicatos filiados à FUP/CUT.

O sistema Petrobras tem 47 plataformas. A FUP acredita que novas adesões podem ocorrer nos próximos dias.

Créditos: Petrobras/arquivo

Já no final da quinta, dia 6, a FUP foi informada de que o ministro do TST Ives Gandra da Silva Martins Filho determinou o bloqueio das contas dos sindicatos. Embora só vá se pronunciar oficialmente após receber a notificação, a FUP adianta que vai recorrer. O mesmo ministro já havia determinado, no início da semana, multas diárias enquanto durar a greve. A FUP argumenta que todos os preceitos legais estão sendo seguidos pelo movimento grevista, uma vez que os serviços essenciais, como manutenção de máquinas e equipamentos, estão mantidos, e que equipes de contingência estão a postos. Cibele Vieira, dirigente da FUP, afirma que as decisões do ministro não vão diminuir o ímpeto da greve.

Os trabalhadores do Sistema Petrobrás seguem em greve nacional desde primeiro de fevereiro, cobrando a suspensão das demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR) e o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho.

A cada dia, crescem as adesões ao movimento, tanto nas áreas operacionais, quanto administrativas.

Na Bacia de Campos, já são 23 as plataformas cujos trabalhadores entregaram a produção às equipes de contingência da Petrobrás.

No Ceará, os trabalhadores das plataformas também aderiram à greve e estão entregando as unidades para as equipes de contingência. Já são quatro plataformas na mobilização, com os trabalhadores pedindo para desembarcar.

Em Mato Grosso do Sul, os trabalhadores da Usina Termelétrica de Três Lagoas também aderiram à greve hoje pela manhã, ampliando para 13 o número de estados do Brasil abrangidos pela greve.

Nas refinarias, terminais e demais áreas de produção, a greve já atinge mais de 50 unidades em todo o Sistema Petrobrás, em 13 estados do país, mobilizando mais de 18 mil de trabalhadores. Veja o quadro abaixo.

Na Fafen-PR, os petroquímicos e petroleiros já estão há 17 dias acampados em frente à unidade, resistindo contra as mil demissões previstas para terem início no próximo dia 14.

Além de impedir as mil demissões na Fábrica de Fertilizantes da Petrobrás, a greve dos petroleiros cobra a suspensão imediata das medidas unilaterais tomadas pela gestão, que ferem o Acordo Coletivo e estão afetando a vida de milhares de trabalhadores.

Interlocução com parlamentares

Dirigentes da FUP e da CNQ/CUT estão desde ontem (05/02) em Brasília, reunindo-se com deputados e senadores do PT e do PCdoB e outros partidos do campo progressista, cobrando apoio à greve dos petroleiros. Os sindicalistas buscam interlocução dos parlamentares com a direção da Petrobrás para que os representantes da empresa reúnam-se com a Comissão de Negociação Permanente da FUP que está há sete dias na sede da empresa, cobrando diálogo com a gestão da companhia.

Desembargadora nega nova liminar da Petrobrás para retirada da Comissão do Edise

A Comissão da FUP, que ocupa uma sala do quarto andar do Edise desde o dia 31 de janeiro, teve uma nova vitória nesta quinta-feira, 05, contra a tentativa da direção da Petrobrás de retirar os petroleiros do prédio. A desembargadora Maria Helena Motta, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 1ª Região negou mandado de segurança interposto pela empresa à 66ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro pedindo a desocupação do local.

Vigília agita Avenida Chile

Do lado de fora da sede da Petrobrás, cresce a vigília da FUP e dos movimentos sociais. Mais de 20 trabalhadores e familiares de petroquímicos da Fafen-PR participam do acampamento montado na Avenida Chile. Uma caravana com mais trabalhadores da fábrica chega na sexta para um grande ato que terá participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A vigília é mais uma mobilização da greve nacional dos petroleiros e permanecerá ativa até que sejam suspensas as demissões na Fafen-PR, anunciadas pela gestão da Petrobrás começam no próximo dia 14. Diariamente, estão sendo realizadas aulas públicas e atividades culturais no local.

A mobilização conta com participação do MPA, MAB, MST, movimentos de estudantes, Levante Popular da Juventude, UJS, UNE, MNU, CMP, MAR, CMP/SP, entre outros movimentos organizados.

Amazonas

Terminal de Coari (TACoari) – trabalhadores aderiram à greve nesta quarta, 05/02

Refinaria de Manaus (Reman) – sem rendição no turno desde às 23h30 de 31/01 

Rio Grande do Norte

Polo de Guamaré – comissão de base segue verificando as condições de segurança nas permissões de trabalho (processamento e produção de GLP, querosene de aviação e diese)

Base 34 – trabalhadores em estado de greve 

Ceará

Plataformas – 4 unidades já aderiram à greve, com os trabalhadores em processo de entrega das unidades para a equipe de contingência e desembarque.

Terminal de Mucuripe – trabalhadores da manutenção aderiram à greve

Temelétrica TermoCeará – sem rendição no turno desde 02/02. Somente equipes de contingência na unidade.

Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor) – sem rendição no turno desde 02/02. Gerência assumiu a unidade com a contingência.

Pernambuco

Refinaria Abreu e Lima (Rnest) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02 com 100% de adesão dos trabalhadores

Terminal Aquaviário de Suape – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02 com 100% de adesão dos trabalhadores 

Bahia

Unidades da UO-BA (Taquipe, Miranga, Bálsamo, Araças, Candeias, Santiago e Buracica) – atividades paralisadas

Refinaria Landulpho Alves (Rlam) – sem rendição no turno

Terminal Madre de Deus – sem rendição no turno

Usina de Biocombustíveis de Candeias (PBIO) –  Adesão de 100% dos trabalhadores

Espírito Santo

Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC) – trabalhadores cortaram a rendição no turno na manhã desta terça (04/02)

Sede administrativa da Base 61, polo de produção terrestre em São Mateus – 100% de participação dos trabalhadores terceirizados e próprios 

Minas Gerais

Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02

Refinaria Gabriel Passos (Regap) – sem rendição no turno desde às 23h30 de 31/01 

Rio de Janeiro

Bacia de Campos – trabalhadores de 23 plataformas seguem a orientação do sindicato de entregar a operação das unidades para as equipes de contingência da Petrobrás e pedir o desembarque imediato. Os trabalhadores em escala para embarcar não estão fazendo a rendição dos grupos que estão nas plataformas.

Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB) – trabalhadores cortaram a rendição do turno às 23h de 03/02

Terminal de Campos Elíseos (Tecam) – trabalhadores aderiram à greve na segunda (03/02). O turno opera com o número mínimo para as instalações, um operador e um supervisor

Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB) – trabalhadores estão mobilizados desde segunda (03/02), com atrasos crescentes no turno

Refinaria Duque de Caxias (Reduc) – sem rendição no turno desde a zero hora 01/02

São Paulo

Terminal de Guararema – adesão dos trabalhadores à greve nesta quinta (06/02)

Terminal de Barueri – adesão dos trabalhadores na manhã do dia 03/02

Refinaria de Paulínia (Replan) – sem rendição no turno desde às 23h30 de 31/01

Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02

Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap) – cortes alternados nos turnos

Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC) – cortes alternados nos turnos 

Mato Grosso do Sul

Usina Termelétrica de Três Lagoas – trabalhadores aderiram à greve na manhã desta quinta (06/02)

Paraná

Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02

Fábrica de Xisto (SIX) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02

Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa) – adesão de 95% dos trabalhadores à greve. A unidade está sendo operada por técnicos de operação e engenheiros de outras unidades da Petrobrás que foram acionados para se somar aos 5% que não aderiram à greve.

Terminal de Paranaguá (Tepar) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02

Santa Catarina

Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ) – trabalhadores aderiram à greve na terça (04/02)

Terminal de Guaramirim (Temirim) – trabalhadores aderiram à greve na segunda (03/02)

Terminal de São Francisco do Sul (Tefran) –  trabalhadores aderiram à greve na segunda (03/02)

Base administrativa de Joinville (Ediville) –  trabalhadores aderiram à greve na segunda (03/02) 

Rio Grande do Sul

Terminal de Niterói (Tenit) – adesão à greve na manhã de 03/02

Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) – sem rendição no turno desde as 07h de 01/02