CSBH recebeu a documentação que registra a vida sindical, política e pessoal do ex-presidente do PT

crédito: Esdras Martins / acervo Fundação Perseu Abramo

O Centro de Documentação e Memória Política Sérgio Buarque de Holanda, da Fundação Perseu Abramo, incorporou recentemente o acervo de Luiz Gushiken, importante nome do Partido dos Trabalhadores. Os itens disponíveis para a pesquisa do público são datados entre 1978 e 2006 com a predominância de documentos, fotografias e fitas k7.  

Coordenadora do CSBH, Vanessa Nadotti destaca a pluralidade do material. “O acervo pessoal de Gushiken manifesta a vida dele nos âmbitos particular, militante e político, com documentos de cunho familiar, da atuação no Sindicato dos Bancários, da formação da CUT, além do período como deputado federal e na atuação no governo”, explica. 

Os materiais já estão disponíveis para a pesquisa do público. “Um dos documentos mais interessantes é o que reflete o movimento pró-PT, porque conta a história de quando muitos trabalhadores, de diferentes categorias, se juntaram para pensar um partido. Também nos chamou a atenção uma camisa da campanha para deputado constituinte de Gushiken”, comenta a pesquisadora. 

Gushiken morreu em 2013, vítima de um câncer, e teve sua vida marcada pela defesa dos interesses dos trabalhadores. Presidiu o PT entre 1988 e 1990, partido o qual ajudou a fundar, e esteve envolvido também na criação da Central Única dos Trabalhadores. Durante o período da ditadura militar, foi preso quatro vezes no DOPS. 

Na vida política, o administrador, formado pela Fundação Getúlio Vargas, atuou na Câmara dos Deputados por três mandatos. Participou de maneira mais ativa da primeira gestão do governo Lula, na Secretaria de Comunicação, além de chefiar o NAE, Núcleo de Assuntos Estratégicos. 

De acordo com a coordenadora do centro de memória e documentação, a ideia é que, aos poucos, sejam incorporados acervos de outros ex-presidentes do partido; atualmente, já foram doados materiais de José Dirceu e José Genoino. 

Vanessa Nadotti comenta que a ponte para a incorporação do acervo de Gushiken foi feita pela jornalista Fernanda Otero, organizadora do livro “A nova ordem – Luiz Gushiken”, publicado pela Fundação Perseu Abramo, e que as tratativas do CSBH foram realizadas junto à viúva Beth Gushiken, que contribuiu ativamente com o trabalho, cedendo todo o material e as informações sobre o estado de conservação.