No dia 8 de maio, às 19h, será realizado o debate com Marcio Pochmann sobre o livro “O mito da grande classe média”, na Biblioteca Mario de Andrade, em São Paulo

No dia 8 de maio, quinta-feira, às 19h, a Boitempo Editorial realiza em São Paulo o primeiro debate de lançamento do novo livro do economista Marcio Pochmann, O mito da grande classe média: capitalismo e estrutura social. O evento é gratuito, sem necessidade de inscrição, e integra o ciclo Democracia na história promovido pela Biblioteca Mario de Andrade.

O segundo debate de lançamento será em Brasília, no dia 3 de junho, integrando a programação dos Diálogos Capital, organizados em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal. A Boitempo informará mais detalhes sobre esse evento em breve em seu site.

Serviço

São Paulo
8 de maio | 19h | Debate “O mito da grande classe média”, com Marcio Pochmann
Biblioteca Mario de Andrade | Rua da Consolação, 94, Centro | São Paulo

Brasília
3 de junho | Debate “O mito da grande classe média”, com Marcio Pochmann
Universidade de Brasília (UnB)
Mais informações em breve no site da Boitempo.

 

Sobre o livro

O mito da grande classe média – capitalismo e estrutura social

Marcio Pochmann

“Livro de análise contra o senso comum, uma obra de combate político”  – Marilena Chaui

Depois de seu aclamado Nova classe média?, livro que reconfigurou o debate contemporâneo sobre o tema, o economista Marcio Pochmann lança O mito da grande classe média: capitalismo e estrutura social, novamente pela Boitempo Editorial.

Leitura obrigatória para compreender a história e os rumos das classes sociais brasileiras, a obra esclarece como e por que se propala mundo afora a ideia de “medianização” das sociedades e, no Brasil, a da ascensão de uma nova classe média nos últimos anos.

O livro traz  uma historiografia do conceito de classe média para depois se aprofundar na evolução e nas mudanças pelas quais passou a classe assalariada brasileira. O autor retraça a gênese da classe média assalariada brasileira desde a industrialização iniciada com JK, passando por seu crescimento decisivo com as políticas econômicas da ditadura para revelar, na contracorrente do senso comum, o crescimento e o fortalecimento da classe trabalhadora brasileira.

Atento sobretudo à dimensão ideológica da nomenclatura, Pochmann insiste que a noção de classe média não é unívoca e sim heterogênea. Dados mundiais, apresentados em uma série de gráficos, evidenciam que as condições atuais do capitalismo esvaziam a concepção predominante de “medianização” das sociedades urbanas e levam à “perspectiva do declínio, para não dizer do mito, da grande classe média assalariada”. A edição vem ainda enriquecida com um prefácio assinado pela filósofa Marilena Chaui.

[Confira aqui mais informações sobre o livro]

Trecho do prefácio de Marilena Chaui

Erguendo-se contra as simplificações neoliberais e pós-modernas acerca do capitalismo contemporâneo, este livro, ao passar da aparência à essência do social, esclarece como e por que se propala mundo afora a ideia de “medianização” das sociedades e, no Brasil, a da existência de uma nova classe média. De fato, uma vez que a perspectiva neoliberal se assenta sobre a afirmação da suposta racionalidade do mercado para a regulação da vida social, ela conduz à defesa da privatização dos direitos sociais sob a forma da compra e venda de bens e serviços, de maneira que, politicamente, a afirmação da “medianização” das sociedades fortalece a supressão de políticas sociais universais como ação do Estado. Por outro lado, no caso específico do Brasil, os programas governamentais de transferência de renda, implantados desde 2004 (como expressão das lutas sociais e populares dos anos 1970-1990), levaram à incorporação socioeconômica de vasta parcela dos trabalhadores de baixa renda, até então destinados ao subconsumo, aos padrões de consumo de bens duráveis consagrados pelo capitalismo de modelo industrial fordista, consumo que só era possível para os segmentos de classe média e rendas superiores. O acesso ao consumo de bens duráveis e serviços por aqueles até há pouco deles excluídos conduziu à afirmação do surgimento de uma nova classe média brasileira.

As afirmações sobre a “medianização” das sociedades urbanas e industriais e a do surgimento de uma nova classe média brasileira, que poderiam parecer apenas um equívoco de interpretação, indicam, na verdade, a absorção (deliberada, em certos casos, ou involuntária, em outros) da ideologia e da política neoliberais como foco de análise e ação. Ou, como explica Pochmann, a ausência de uma análise das classes sociais em sua determinação concreta ou segundo as condições reais de sua base material redunda em “um voluntarismo teórico inconsistente com a realidade, salvo interesses específicos ou projetos políticos de redução do papel do Estado”.

Sobre o autor

Marcio Pochmann é professor titular do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia da mesma instituição e presidente da Fundação Perseu Abramo. Consultor de várias instituições internacionais e nacionais, pesquisador visitante em universidades europeias, foi secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade de São Paulo (2001-2004) e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (2007-2012). Pela Boitempo, publicou O emprego na globalização: a nova divisão internacional do trabalho e os caminhos que o Brasil escolheu (2001), O emprego no desenvolvimento da nação (2008) e Nova classe média?: o trabalho na base da pirâmide social brasileira (2012).

(Fonte: Boitempo editorial)