Unicef: bullying no Brasil e na América Latina

Boletim Diário de Política Social 112 – Unicef: bullying no Brasil e na América Latina

 

Unicef: bullying no Brasil e na América Latina

Estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra um panorama do bullying escolar na América, definido como atos de violência física ou psicológica intencionais e repetidos no contexto escolar, causando dor e angústia à vítima.

Segundo o estudo, em 2012, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, baseada em uma amostra de 100 mil estudantes de 13 a 16 anos, realizada no Brasil, perguntou aos mesmos com qual frequência eles se sentiam machucados, incomodados, ofendidos ou humilhados por sofrer insultos, ridicularização ou bullying nos 30 dias antes da pesquisa. Segundo essa pesquisa, 28% dos estudantes brasileiros nessa faixa etária declararam que “raramente ou às vezes” se sentiam machucados por coisas que os colegas faziam ou diziam, enquanto 7% declararam sentir-se dessa maneira “quase sempre ou sempre”. Por outro lado, 21% dos adolescentes declararam praticar bullying contra os colegas no mês anterior, com mais peso dos garotos como praticantes do bullying (26%) que as garotas (16%).

Ainda segundo o estudo da Unicef, outra pesquisa que compara dados de 16 países da América Latina, foi realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), com 91 mil estudantes de 10 a 14 anos. Os estudantes foram questionados sobre bullying sofrido no mês anterior na escola das seguintes formas: roubo, insultos ou ameaças, bullying físico ou maus-tratos. Como se percebe pela tabela a seguir, mais da metade dos estudantes de 13 a 16 anos na América Latina relataram algum incidente de bullying, porcentagem essa que, no entanto, varia bastante entre os países (máximo de 63% na Colômbia e mínimo de 13% em Cuba). Percebe-se também que, de acordo com a pesquisa, o tipo de bullying mais comum é o roubo (que atinge quase 4 de cada 10 estudantes da região), novamente com taxas mais altas para a Colômbia (55%) e mais baixas para Cuba (11%).

Porcentagem de estudantes de 10 a 14 anos que foram roubados, insultados, ameaçados ou sofreram bullying físico no último mês

Fonte: Unicef, 2014

O bullying se insere em um dos tipos de violência às quais estão sujeitos crianças e adolescentes no mundo, com consequências psicológicas, sociais e físicas para suas vítimas. Como demonstram os dados, o problema atinge grande parte das crianças e adolescentes da América Latina, em especial no Brasil, e demanda ações do poder público, das escolas e das famílias.

Para ler mais:

Hidden in plain sight: A statistical analysis of violence against children
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Análise: Ana Luíza Matos de Oliveira, economista
Acesse: www.fpabramo.org.br
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