Segundo a Pnad contínua mensal, o desemprego alcançou a marca de 8% no primeiro trimestre do ano, contra 7,1% verificados em igual período de 2014

Ano 3 – nº 283 – 03 de junho de 2015
 

ECONOMIA NACIONAL

Pnad confirma aumento do desemprego no primeiro trimestre: O resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada nesta manhã pelo IBGE confirma a tendência de aumento do desemprego, verificada na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) da mesma instituição. Segundo a Pnad contínua mensal, o desemprego alcançou a marca de 8% no primeiro trimestre do ano, contra 7,1% verificados em igual período de 2014. Na mesma base de comparação, a população desempregada aumentou 14%, superando o número de 8 milhões de pessoas. Enquanto isso, a população ocupada subiu apenas 0,7%, sendo insuficiente para abarcar os 1,614 milhão de pessoas que entraram no mercado de trabalho no período. Além do aumento do desemprego, a Pnad também aponta para a queda no rendimento médio dos trabalhadores, que apresentou redução de 0,4% no primeiro trimestre do ano na comparação com igual período do ano anterior.

Comentário: O aumento do desemprego é uma tendência que deve permanecer ao longo de 2015, podendo se estabilizar no segundo semestre caso a prometida recuperação econômica se inicie neste período. O maior risco continua sendo os efeitos da recessão sobre o tamanho da PEA (População Economicamente Ativa), pois a perda de emprego dos principais integrantes da família pode levar os demais integrantes (idosos e jovens) a retornar ao mercado de trabalho, elevando os índices de desocupação. Do ponto de vista de alguns economistas “ortodoxos”, este processo de aumento do desemprego (chamado de “ajuste” no mercado de trabalho) é positivo para a economia no longo prazo, ao reduzir salários e custos de produção, afetando negativamente a inflação. Por outro lado, economistas “desenvolvimentistas” apontam para os efeitos recessivos do aumento do desemprego, que diminui a demanda das famílias e o desejo de investimento dos empresários, além de aumentar a desigualdade social e a pobreza. Independentemente deste debate, o fato concreto é que o aumento do desemprego representa um passo atrás na estratégia de desenvolvimento dos últimos dez anos, que teve como fundamento o aumento da renda, do crédito e do emprego, impulsionando o consumo das famílias e os investimentos. Há de se aguardar para verificar se novos fatores de impulsão da economia brasileira (como eventualmente o setor externo) serão capazes de gerar um ciclo de crescimento com distribuição de renda assim como aquele gerado pela estratégia anterior.
 
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