Educação: pesquisa analisa retorno da educação no Brasil e OCDE

Segundo levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que analisa dados sobre educação entre países que integram a organização e parceiros, o Brasil é o segundo país com maior diferencial de rendimento entre uma pessoa com educação superior completa e uma com ensino médio completo: em média, no Brasil, uma pessoa com ensino superior completo tem rendimentos 2,47 vezes maior que uma pessoa com ensino médio completo. Nesse quesito, o Brasil só perde para o Chile (2,6), e fica na frente de Hungria (2,08) e Turquia (1,91). A média da OCDE é de 1,59 e os países com menores diferenciais são Dinamarca (1,28) e Nova Zelândia (1,23).

Dados sobre educação também mostram que a taxa de desemprego de homens e mulheres com nível superior ficou em torno de 3% em 2012, enquanto entre homens e mulheres com escolaridade abaixo do nível médio ficou em torno de 4%.

O Brasil também apresenta uma das maiores diferenças de rendimento entre gêneros: as mulheres com educação de nível superior recebem 63% do que os homens com o mesmo nível educacional recebem. Em comparação, a média da OCDE é de 73%.

Os altos diferenciais no Brasil se relacionam também com a grande desigualdade social do país, que se expressa nos retornos tão diferenciados da escolaridade, mas também na questão de gênero e em outras não abordadas aqui, como a questão racial ou regional. Assim, os dados da OCDE mostram diversos avanços da educação no Brasil nos anos 2000, mas dá também a dimensão de alguns dos desafios a enfrentar no setor, especialmente considerando as graves desigualdades que permanecem no país.