5 de março de 1936

Preso no rio Luís Carlos Prestes

A polícia invadiu pela manhã a residência de Luís Carlos Prestes, no Méier, subúrbio do Rio, e o prendeu, junto com a mulher, Olga Benário, e a empregada da casa. Prestes foi levado à delegacia de pijama. O chefe de polícia do Distrito Federal, Filinto Müller, telegrafou a todos os governadores comemorando a prisão do líder comunista. A polícia estava no encalço do Cavaleiro da Esperança havia meses. Ele chegara ao Brasil em abril de 1935 e, desde então, vivia na clandestinidade, mudando frequentemente de endereço. Após o levante comunista de novembro, as buscas se intensificaram, com a criação da Comissão de Repressão ao Comunismo em janeiro. A polícia contou com a ajuda de Alfred Hutt, superintendente da Light (companhia de energia elétrica do Rio de Janeiro), na verdade um agente do serviço secreto inglês.

 

Outra data histórica:

08/03/1993: Criado o movimento “Ação da Cidadania contra a Fome, Miséria e pela Vida”, no Rio de Janeiro, e teve como um dos seus principais articuladores Herbert de Souza, o Betinho.

 

8 de março de 1910

A luta pelo Dia Internacional da Mulher

Para conhecer a origem do 8 de março como Dia Internacional da Mulher é preciso voltar ao início do século passado, mais especificamente a 1910. Neste primeiro registro histórico, a feminista alemã Clara Zetkin propôs às trabalhadoras de todos os países a organização de um dia especial das mulheres. A proposta foi feita durante a II Conferência Internacional das Mulheres em Copenhague, na Dinamarca, e tinha como primeiro objetivo promover o direito ao voto feminino.

Já no ano seguinte, em 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova York, matou mais de uma centena de trabalhadoras. A tragédia inflamou a luta em defesa de condições dignas de trabalho e fez crescer a força das estadunidenses operárias, organizadas no histórico sindicato International Ladies’ Garment Workers’ Union.

As mulheres russas também tiveram papel central no estabelecimento da data. Em 8 de março de 1917 no calendário ocidental — 23 de fevereiro no calendário russo —, mulheres tecelãs e familiares de soldados do exército russo tomaram as ruas de Petrogrado (foto acima), convocando os trabalhadores contra a monarquia e pelo fim da participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial. Em 1921, durante a Conferência Internacional das Mulheres Comunistas, o 8 de março foi aceito como dia oficial de lutas, em referência aos acontecimentos de 1917.

Já em 1975, a data foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas.

 

 

8 de março de 2021

Edson Fachin anula condenações de Lula

A farsa da Lava Jato em Curitiba começou a ruir em 8 de março de 2021. O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, decidiu anular todas as ações penais criadas contra Lula na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba. A decisão veio três anos e oito meses após o ex-presidente ser condenado injustamente pelo ex-juiz Sergio Moro, tendo passado 580 dias na prisão e impedido de se candidatar nas eleições presidenciais de 2018, vencida por Jair Bolsonaro, por manobras e arbitrariedades cometidas pelo próprio Moro. Ele aceitaria, ainda no primeiro turno, o convite para ser ministro da Justiça do novo governo.

O habeas corpus apresentado pela defesa de Lula e analisado por Fachin questiona a autoridade do juizado no qual Moro atuava para julgar as quatro ações anuladas — triplex do Guarujá, sítio em Atibaia, sede do Instituto Lula e doações ao Instituto. O ministro reconheceu que os casos não deveriam ter sido julgados em Curitiba.

Assim, Lula recuperou seus direitos políticos e pode se candidatar a qualquer cargo público.

Em nota, Cristiano Zanin e Valeska Teixeira, advogados de Lula, ressaltaram: “A decisão está em sintonia com tudo o que sustentamos há mais de cinco anos na condução dos processos. Mas ela não tem o condão de reparar os danos irremediáveis causados pelo ex-juiz Sergio Moro e pelos procuradores da Lava Jato ao ex-presidente Lula, ao sistema de Justiça e ao Estado Democrático de Direito”.

 

 

10 de março de 1953

300 mil às ruas contra a carestia

Em 10 de março de 1953, operários da fábrica de tecidos Matarazzo decretaram a greve que seria estopim de um amplo movimento contra a inflação e por melhores salários. Já no dia seguinte, mais de mil operários do Lanifício Santista também cruzaram os braços. Uma semana depois, 60 mil trabalhadores se reuniram na Marcha das Panelas Vazias.

Assim, o movimento grevista foi se alastrando por todo o estado de São Paulo, na famosa Greve dos 300 Mil. Os operários que participaram da iniciativa inauguraram um tipo de organização que se tornaria modelo para o movimento sindical. A mobilização era vertical: começava pelos comitês de fábrica, era validada por assembleias e ganhava as ruas com passeatas, comícios e piquetes.

Em negociação, o Tribunal Regional do Trabalho, os trabalhadores e os empresários apresentaram diferentes propostas de reajuste salarial. Cerca de um mês após o início do movimento, foi fechado um acordo com base na proposta do TRT, à qual se agregaram três novos itens: libertação dos presos, pagamento dos dias parados e suspensão das demissões. Apesar do compromisso, as empresas demitiram milhares de trabalhadores após o fim da greve.