Partido amplia bancada na Câmara e Senado Federal e elege os governadores da Bahia, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. A legenda tem a segunda maior representação no Congresso e também ampliou presença nas Assembleias Legislativas

 

O Brasil que saiu das urnas nas eleições de outubro se revela um país dividido, com os conservadores e a ultra-direita ampliando a sua presença no Parlamento, mesmo com a ampla vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. A democracia triunfou sobre um projeto autoritário e excludente liderado por Jair Bolsonaro mas, ainda assim, os conservadores mostraram força eleitoral, elegendo 99 deputados na Câmara. Outras legendas da direita asseguraram mais 174 deputados.

Só que o PT também avançou. Além da Presidência da República, o partido tem a segunda maior bancada no Congresso Nacional, tendo conquistado 73 cadeiras: 69 na Câmara dos Deputados e mais quatro para o Senado Federal. Agora o PT tem  52 deputados e 17 mulheres com cadeira ocupando a Câmara dos Deputados. Na eleição de 2018, a legenda elegeu 54 eleitos para a Câmara. Em 2014, eram 61 congressistas.

Junto com o PT, os partidos à esquerda conseguiram 138 cadeiras na Câmara dos Deputados. A federação que lançou Lula conseguiu eleger 80 deputados, uma alta de três cadeiras em comparação com a soma que tinham PT, PC do B e PV antes. Outros partidos da coligação de 10 legendas que apoiam o petista, somados com o PDT, obtiveram 59 vagas. Ou seja, a base de apoio direta de Lula é de 138 deputados.

No Senado, o partido de Lula tem agora nove parlamentares. Foram eleitos pela legenda Teresa Leitão, a primeira senadora da história de Pernambuco. Ao lado dela, a partir de fevereiro de 2023, estarão ainda Wellington Dias (Piauí), Camilo Santana (Ceará) e Beto Faro (Pará). Outros cinco senadores do PT continuam a ocupar suas cadeiras.

Além dos quatro petistas, a aliança partidária que apoiou as candidaturas de Lula e do vice, Geraldo Alckmin, elegeu outros quatro senadores: Flávio Dino (PSB), no Maranhão; Otto Alencar (PSD), na Bahia; Omar Aziz (PSD), no Amazonas; e Renan Filho (MDB) em Alagoas. Lula trabalha com uma base agora de 16 senadores de apoio ao governo a partir de fevereiro, mas isso deve ser ampliada com o ingresso do PSD de Gilberto Kassab no governo, além de outras legendas.

O PL  terá pelo menos 14 senadores a partir de 2023 — um salto de 12 senadores em relação ao início da legislatura atual. O PSD, partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, terá 11 senadores e será a segunda maior bancada. O MDB, atual maior partido do Senado, deve entrar o ano de 2023 como terceira maior bancada, ao lado do União Brasil — ambos terão nove senadores cada.

O PT foi a legenda que mais elegeu governadores no primeiro turno. O povo assegurou os governos do Rio Grande do Norte, com Fátima Bezerra; do Ceará, com a eleição de Elmano de Freitas; e no Piauí, com Rafael Fonteles. No segundo turno, a legenda da estrela ganhou ainda na Bahia, garantindo a eleição de Jerônimo Rodrigues.

O partido ainda mostrou força ampliando o número de parlamentares nas Assembleias Legislativas do país. O PT elegeu 118 deputados, sendo 34 mulheres e 84 homens que ocuparão os cargos legislativos. Em 2018, o PT elegeu 85 deputados estaduais. •