Dois milhões de famílias deixaram o Bolsa Família em 2025 por aumento de renda e emprego
Governo atribui redução à melhora econômica e à formalização do trabalho; programa segue atendendo quase 19 milhões de famílias em todo o país

Mais de 2 milhões de famílias deixaram o Bolsa Família entre janeiro e outubro de 2025 porque melhoraram de vida. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a saída de beneficiários está ligada principalmente ao aumento da renda e à formalização do trabalho, impulsionados pelo crescimento do emprego e pela estabilidade da economia brasileira.
Entre janeiro e outubro, o número de famílias atendidas passou de 20,5 milhões para 18,9 milhões, o menor desde 2022, mas dentro da variação esperada em um cenário de geração de empregos e mobilidade social.
O valor repassado também acompanhou a redução natural, passando de R$ 13,8 bilhões para R$ 12,88 bilhões.
Para o MDS, os dados confirmam que o programa cumpre sua missão de apoiar famílias em situação de vulnerabilidade até que conquistem autonomia e estabilidade financeira.
Renda maior e estabilidade explicam desligamentos
Levantamento da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc) mostra que a maior parte dos desligamentos — 1,3 milhão de famílias — ocorreu por aumento da renda domiciliar.
Outras 726 mil concluíram o período de transição da Regra de Proteção, e 24 mil pediram desligamento voluntário.
O ministro Wellington Dias afirmou em nota que o Bolsa Família “cumpre seu papel de melhorar a vida das pessoas mais pobres de maneira segura e sustentável” e que os dados refletem “o sucesso de uma política que apoia, protege e incentiva quem volta ao mercado de trabalho”.
Regra de Proteção fortalece transição
Em vigor desde junho de 2025, a nova Regra de Proteção aperfeiçoou as condições de permanência no programa para famílias que aumentaram a renda. O prazo foi ajustado de 24 para 12 meses, e o limite de renda per capita subiu de R$ 660 para R$ 706.
Durante o período de transição, o benefício é reduzido para 50% do valor original, garantindo estabilidade até a consolidação da renda do trabalho.
Segundo o MDS, as mudanças têm efeito duplo: evitam a dependência permanente do programa e asseguram uma saída gradual e protegida.
Quem continua recebendo o Bolsa Família
As famílias com renda per capita de até R$ 218 continuam elegíveis ao Bolsa Família, desde que inscritas e com dados atualizados no Cadastro Único (CadÚnico).
O pagamento é feito pela Caixa Econômica Federal, conforme o número final do NIS (Número de Identificação Social).
O benefício mantém valor mínimo de R$ 600 por família, com adicionais que ampliam o alcance social: R$ 150 por criança de até 6 anos, R$ 50 para gestantes e lactantes, R$ 50 por criança ou adolescente entre 7 e 18 anos e R$ 50 por bebê de até 6 meses.
Com quase 19 milhões de famílias ainda beneficiadas, o Bolsa Família segue sendo a principal política de transferência de renda e combate à pobreza do Brasil, combinando proteção social com incentivo à geração de trabalho e renda.
Desde o relançamento do programa, o governo tem enfatizado o conceito de “porta de saída”: famílias que conquistam renda formal deixam o benefício de maneira segura e sustentável, abrindo espaço para novos beneficiários.



