Apresentação:

A Fundação Perseu Abramo apresenta uma pesquisa qualitativa sobre o imaginário social dos moradores da periferia de São Paulo. Fenômenos como o avanço do consumo, do neopentecostalismo e do empreendedorismo popular foram objetos de análise. A pesquisa demonstra uma intensa presença dos valores liberais do “faça você mesmo”, do individualismo, da competitividade e da eficiência.

Como resultado geral, pode-se encontrar uma população que tendencialmente acredita na política, mas não crê em partidos; reconhece a importância da coletividade, mas almeja crescer individualmente; busca transformações, mas é pouco afeita a rupturas; anseia por novas ideias, mas é também pragmática. Em suma, esse novo caldo cultural exigirá renovações tanto na forma como se realiza a política partidária quanto no conteúdo das políticas públicas que se implementam.

A mistura entre valores do liberalismo, do individualismo, da ascensão pelo trabalho e do sucesso pelo mérito, com valores mais solidários e coletivistas relacionadas à atuação do Estado, à universalização de direitos, à ampliação da inclusão social, permeiam a visão de mundo e o imaginário dessa nova classe trabalhadora das periferias de São Paulo.

Leia artigos sobre a pesquisa:

Periferias, religião e política (Edin Sued Abumanssur)

O PT e a periferia: ciência e política para quê? (Paulo Ramos)

Esforço, família e igreja: uma leitura sobre as classes populares (Rafael Rodrigues da Costa)

O Brazil não conhece o Brasil (William Nozaki e Jessé de Souza )

A sociedade brasileira entre valores modernos e valores mercantis (Marcio Pochmann e William Nozaki )

Empreendedorismo popular e regulamentação do trabalho autônomo (Vilma Bokany)

A classe trabalhadora e a reprodução do discurso liberal (Jordana Pereira)

Periferia valoriza a eficiência do mercado, mas acredita no papel do Estado (Matheus Tancredo Toledo)